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O NINFEIAS, núcleo de pesquisa coordenado pela pesquisadora e performer Nina Caetano - professora do departamento de artes cênicas da UFOP - visa a investigação de teorias feministas e práticas performativas. Funciona como uma rede colaborativa, instigando a provocação artística, encontros e trocas entre estudantes da Graduação e da Pós Graduação da UFOP e a comunidade ouropretana.
Atualmente o NINFEIAS é composto por Amanda Marcondes, B. Campos, Caroline Andrade, Caroline de Paula, Caroline Moraes, Danielle dos Anjos, Giulia Oliva, Jackeline Análio, Keila Assis, Marcinha Baobá e Renata Santana.

sábado, 13 de abril de 2019


Eu indico: Feminismo em comum – para todas, todes e todas. Marcia Tiburi                   
                      O feminismo como um contradispositivo
 Me chamo Keila Assis, tenho 24 anos de vivências que nunca interessaram a ninguém, além de eu mesma, conheço muitas outras mulheres que podem dizer o mesmo do desinteresse em suas vidas, e essa realidade conjunta é histórica. Nunca houve na história a oportunidade das mulheres falarem de si. Contudo, isso vem mudando com o avanço do feminismo, já não falarão sobre, já não falarão por, e sim escutarão nós mulheres falando de NÓS. Neste livro feminismo em comum – para todAs, todEs e todOs de Marcia Tiburi, lido e debatido pelas NINFEIAS neste semestre de 2019. Ficou evidente através da escolha narrativa da autora, e pela suas colocações a necessidade de falarmos de nós. O feminismo como uma teoria crítica, contrapõe-se ao patriarcado uma teoria tradicional, dando voz aquelas que tradicionalmente foram silenciadas, ele nos permite biografias de nós e constrói novas realidades que beneficiam não somente pessoas de xota.
            Quando a autora define o feminismo como uma teoria crítica, e o patriarcado uma teoria tradicional, podemos entender no decorrer da leitura que está CRITICA é direcionada a tal TRADIÇÃO. Afinal, o patriarcado se alicerça em pilares tradicionalistas que não estão dispostos a rever privilégios. O machismo age na sociedade de forma MISOGINA com as mulheres, crentes em uma “força” masculina necessária para sobrevivência da raça humana, realidade deixada na era paleolítica. O feminismo, no mínimo, tá falando para os homens que de caça e coleta a modernidade não se sustenta mais, pois está encontrou outros meios de organizar a sociedade e mantê-la viva, eles não precisam mais adentrar florestas e caçar comida, precisam no mínimo ter inteligência para ir ao supermercado. O mercado de trabalho, ao manter um imaginário onde o homem é mais valorizado que a mulher, ajuda cada vez mais o machismo a se sustentar por motivos também conhecido, MACHISMO-PATRIARCADO-CAPITALISMO, a tríade da crueldade política social.
            O feminismo, como um contradispositivo, está ligado diretamente à está tríade fálica. Tiburi usa a conceituação de Focault para explicar que o poder é um dispositivo, um arranjo, e o feminismo com sua ideologia revolucionaria é nada mais que um contradispositivo. Sabemos bem quem segura as bolas do poder para manutenção de suas necessidades fisiológicas, fisiológicas? O belo, recatado e do lar homem branco tem tanta fome de poder que não aceita o movimento da mulher e, quando estas ousaram interseccionalizar a luta e falar da MULHER NEGRA, que é quem segura nas costas a pirâmide que mantem o “recatado” com poder, foi realmente uma afronta. O machismo irá ver o feminismo como o OUTRO dele mesmo e por isso é compreensível tanto medo. Contudo, o feminismo não é e não poderia ser o outro do machismo, pois na verdade o movimento da mulher é baseado em algo que o machismo desconhece, DIÁLOGO.
            O feminismo irá criar espaços de democracia verdadeiros, aqueles baseados em consenso, não em maioria. A autora explica que o termo “MULHER” é uma marcação do patriarcado uma construção de gênero, que dita o que é ser mulher e quem é mulher. A democracia que vivemos hoje é baseada em “a maioria vence”, mas se fosse verdade as mulheres estariam ganhando a muito tempo. Percebendo a exclusão que gera está forma de entendimento de democracia queremos espaços onde a política da escuta realmente funcione, onde as MULHERES em todos seus colorismo, com ou sem xota, pessoas que se identifiquem com a ressignificação do termo mulher, se escutem, e entendam a diversidade da realidade de cada uma e a partir de então lutem juntas. O movimento das mulheres como já diz o nome do livro é PARA TODAS, TODES, TODOS, uma luta comum onde todas as minoria politicas tenham direitos iguais. Não falem sobre nós, façam melhor, convidem para falar nós mesmas, pois estamos prontas para nos incluir e revolucionar a história.

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