estava molhada.
na sala um cheiro de óleo de lavanda. caminhei diante dos teus olhos. ela percorreu com seus dedos pequenos a minha barriga, com suas unhas grandes, arranhou minha vulva quente.
teus olhos continuavam a me perseguir, parecia um jogo sem fim.
quando ela ameaçou sua língua contra pêlos, d'eu. gemi alto.
trouxe os dentes, num singular gesto, mordeu com tanta doçura meus lábios febris.
- qual o nome?
fiquei desconcentrada. - como assim? que nome?
- quero chama lá como se fosse uma pérola, ou uma comida para envolver toda a língua, nesse leite que escorre pra mim. vai.. me diz! como posso chamar tua buceta?
ri. comecei a ri, é claro! era a noite, ouvia as músicas mais sexy da gal costa. mas ao mesmo tempo ela trazia no olhar uma condução, quando perguntava para mim qual era o nome da minha vagina. e ao mesmo tempo me deixava sem graça... um nome para minha vagina? era isso? um nome?
- chama de vavá, vai! - ou gina, aquela que prende teu petisco.
- pode chamar também, de ná! ou não chama... sente ela comigo.
daniela maia
desde outubro de 2013. * * "saudamos as mulheres fortes. que nós as conheçamos. que nós sejamos elas. que nós as criemos".
foto
ninfeias
O NINFEIAS, núcleo de pesquisa coordenado pela pesquisadora e performer Nina Caetano - professora do departamento de artes cênicas da UFOP - visa a investigação de teorias feministas e práticas performativas. Funciona como uma rede colaborativa, instigando a provocação artística, encontros e trocas entre estudantes da Graduação e da Pós Graduação da UFOP e a comunidade ouropretana.
Atualmente o NINFEIAS é composto por Amanda Marcondes, B. Campos, Caroline Andrade, Caroline de Paula, Caroline Moraes, Danielle dos Anjos, Giulia Oliva, Jackeline Análio, Keila Assis, Marcinha Baobá e Renata Santana.
terça-feira, 11 de julho de 2017
quarta-feira, 5 de julho de 2017
minha vagina é um animal
minha vagina é um animal que sangra todo mês e não morre.
minha vagina é uma vaca sagrada que alimenta com seu leite os infiéis.
uma cadela domesticada que abana o rabo quando lhe fazem carinho.
minha vagina é um animal tímido, que se esconde na toca ao menor ruído.
minha vagina é arisca.
minha vagina é lânguida e se alonga como um gato sob o sol.
mas, por dentro, é uma onça brava.
minha vagina voa livre e orgulhosa, altiva como uma ave.
minha vagina é uma pomba da paz em meio à guerra dos mundos.
minha vagina cavalga e escoiceia, impetuosa.
minha vagina cheira a suor quando está no meio de suas pernas.
minha vagina é um peixe que desliza suavemente em suas águas.
suas escamas brilham entre as pedras.
minha vagina tem dentes e língua. minha vagina lambe e morde.
minha vagina é um animal selvagem.
minha vagina não aceita coleira nem voz de comando.
minha vagina é um animal perigoso. tocá-la é a morte para você.
minha vagina é um cão de três cabeças: a primeira expele fogo, a segunda gelo, e a terceira veneno.
minha vagina é um monstro, metade mulher, metade bicho.
minha vagina pode matar.
exercício de criação textual de Nina Caetano
experimento cênico-performativo Monólogos da Vagina
com Karla Ribeiro, Lívia Maria, Mara Reis e Mayra Pietrantonio.
minha vagina é uma vaca sagrada que alimenta com seu leite os infiéis.
uma cadela domesticada que abana o rabo quando lhe fazem carinho.
minha vagina é um animal tímido, que se esconde na toca ao menor ruído.
minha vagina é arisca.
minha vagina é lânguida e se alonga como um gato sob o sol.
mas, por dentro, é uma onça brava.
minha vagina voa livre e orgulhosa, altiva como uma ave.
minha vagina é uma pomba da paz em meio à guerra dos mundos.
minha vagina cavalga e escoiceia, impetuosa.
minha vagina cheira a suor quando está no meio de suas pernas.
minha vagina é um peixe que desliza suavemente em suas águas.
suas escamas brilham entre as pedras.
minha vagina tem dentes e língua. minha vagina lambe e morde.
minha vagina é um animal selvagem.
minha vagina não aceita coleira nem voz de comando.
minha vagina é um animal perigoso. tocá-la é a morte para você.
minha vagina é um cão de três cabeças: a primeira expele fogo, a segunda gelo, e a terceira veneno.
minha vagina é um monstro, metade mulher, metade bicho.
minha vagina pode matar.
exercício de criação textual de Nina Caetano
experimento cênico-performativo Monólogos da Vagina
com Karla Ribeiro, Lívia Maria, Mara Reis e Mayra Pietrantonio.
domingo, 2 de julho de 2017
minha vagina é um chocolate meio amargo
minha vagina não é doce
e não se derrete fácil
embora seja vulnerável a altas temperaturas.
neste caso, se aquecida,
fica logo molinha
e solta aromas pela casa.
se aquecida,
ela escorre e lambuza
deixando um gosto forte em sua boca.
minha vagina é um chocolate meio amargo
que vai bem com sabores ácidos
e línguas ferinas
e não se derrete fácil
embora seja vulnerável a altas temperaturas.
neste caso, se aquecida,
fica logo molinha
e solta aromas pela casa.
se aquecida,
ela escorre e lambuza
deixando um gosto forte em sua boca.
minha vagina é um chocolate meio amargo
que vai bem com sabores ácidos
e línguas ferinas
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